Boa noite meus amigos,
Esta tarde finalizei o tratamento endodôntico de um dente 26. A paciente apresentou um quadro de pulpite irreversível, de forma que na primeira consulta foi apenas realizado um atendimento de urgência, para eliminar este quadro de dor espontânea.
O tratamento de molares superiores algumas vezes me deixa em dúvida em relação à presença ou não do quarto canal na raiz mésio-vestibular. Desta forma, normalmente acabo me deparando com a questão: Até quando tentar localizar o canal Mésio-Palatino?
Sua localização pode ser decisiva para o sucesso do tratamento, entretanto, caso seja realizado um grande desgaste dentinário desta raiz, a longevidade do dente pode ser comprometida, decorrente da fragilidade radicular por perda de estrutura dental.
Para minimizar estes problemas, ou seja, localizar o canal mésio-palatino sem fragilizar a raiz, devem ser empregadas todas as ferramentas que o endodontista pode dispor, dentre elas destacam-se o microscópio operatório e o ultrassom.
Seguem alguns artigos bem interessantes sobre este assunto:
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Este caso clínico ilustra bem a dificuldade deste procedimento, devido à posição em que a entrada do canal MV2 foi encontrada, além do terço médio da raiz mésio-vestibular.
Nesta tratamento foram realizados as seguintes etapas clínicas:
Consulta 1:
- Atendimento de urgência:
- Acesso coronário;
- Preparo do canal palatino e preparo da entrada dos canais vestibulares;
- Medicação intracanal com ENDOGEL (gel de clorexidina a 2%);
- Restauração provisória com resina composta.
Consulta 2:
- Acesso coronário através da remoção da resina e realização dos desgastes compensatórios;
- Preparo do dos terços cervical e médio (até curvatura na raiz MV) com instrumentos de Ni-Ti e Crown-Down com Brocas de Gates (5-4-3-2);
- Patência apical com limas manuais C-Pilot (#08 #10 #15) em movimento oscilatório mecanizado (contra-ângulo NSK TEP E10R);
- Preparo do terço apical com limas K3 utilizando a sequência RS6 (Nilton Vivacqua), sendo realizada a ampliação do forame apical (limite de trabalho 1 milímetro além do comprimento real do canal). Como substância química auxiliar foi utilizado o ENDOGEL e irrigação ativa com água destilada;
- A obturação foi realizada pela técnica de Ondas Contínuas de Condensação utiliziando guta percha e Pulp Canal Sealer, após remoção da smear layer com EDTA 17%;
- Após a fase de down pack da obturação foi realizado o backfill com coltosol;
- Ao final da obturação dos canais radiculares foi realizada a qualificação da dentina da câmara pulpar, preparando este dente para hibridização com sistema adesivo auto-condicionante (CLEARFIL) e confecção de núcleo de preenchimento em resina composta (Z250 cor B1).
O prognóstico deste tratamento é favorável, visto que não houve desgaste dentinário desnecessário e a paciente passará por tratamento restaurador com proteção de cúspides.
Um grande abraço a todos e até breve,