Na semana passada foi realizado este procedimento endodôntico no dente 15. Durante o procedimento, foram constatadas algumas trincas na porção cervical deste dente, além de um grande desgaste decorrente do tratamento prévio.
Para tomar a decisão de manter este dente discutiu-se com a paciente durante o tratamento, explicando-lhe as opções de tratamento (manutenção do dente ou extração e instalação de implante) e o prognóstico de cada situação.
Ela optou pela manutenção do remanescente radicular, desta forma, os seguintes procedimentos foram realizados:
- Remoção do preenchimento em resina;
- Remoção do pino intracanal rosqueado com ultrassom;
- Remoção do tecido cariado;
- Remoção da hiperplasia gengival interproximal com bisturí elétrico;
- Retratamento endodôntico, com localização e preparo do canal palatino, que apresenta curvatura acentuada na região apical, o istmo foi removido com auxílio do ultrassom e instrumentos rotatórios de Ni-Ti;
- Obturação e preparo do espaço para instalação de retentor, qualificando o remanescente dentinário para receber os procedimentos de adesão com o adesivo ClearFil SEBond;
- Reconstrução intracanal recompondo a anatomia radicular que foi desgastada no tratamento prévio;
- Cimentação com Luxacore de dois pinos de fibra de vidro da FGM nos canais vestibular e palatino;
- Confecção de núcleo de preenchimento em resina, o que possibilitou a formação de um monobloco;
- Acabamento da porção coronária do núcleo, que foi confeccionada para ficar como uma coroa provisória até o início da reabilitação através da instalação de coroa total.
No tratamento deste dente específico, devido a anatomia intrarradicular, não foi possível realizar modelagem prévia dos pinos com resina composta, pois seria necessário desgastar dente para possobilitar este processo. Frente a esta condição, optou-se pelo preenchimento intracanal préviamente à cimentação dos pinos, de forma que a contração de polimerização fosse eliminada, coforme ilustrado com as fotografias em anexo.
Com o resultado obtido acredito que o prognóstico seja favorável. A paciente está comprometida com o tratamento e ciente da necessidade de reavaliações endodônticas a cada 6 meses durante 2 anos.
Um grande abraço e até breve,
Patrick Baltieri