PREENCHIMENTO PRÉ-ENDODÔNTICO e PROCEDIMENTOS PRÉ-RESTAURADORES - DENTE 16



Boa noite meus amigos,

Para o sucesso do tratamento endodôntico é determinante a obtenção de um campo operatório totalmente isolado da cavidade bucal. Entretanto, em algumas situações o isolamento absoluto pode se tornar algo complexo e que pode influenciar diretamente na execução da endodontia.

Frente a esta situação, pode-se lançar mão da confecção de um núcleo de preenchimento com materiais adesivos antes da realização da endodontia, que facilitará toda a sequência do tratamento, além de preparar o remanescente dental para a realização do procedimento pré-restaurador indicado para o caso clínico.





Para ilustrar este procedimento envio mais um caso clínico que foi finalizado esta tarde. O paciente procurou meu consultório há 1 semana com o dente 16 restaurado provisoriamente com IRM e apresentando dor espontânea, caracterizando pulpite irreversível.

Na primeira consulta, o objetivo foi resolver o problema da dor do paciente e preparar o remanescente dental para conclusão do tratamento endodôntico e execução dos procedimentos pré-restauradores indicados, através da confecção do preenchimento pré-endodôntico.

Para isto, foram realizados os seguintes procedimentos:

Consulta 1:
  • Remoção de toda a restauração em IRM e amálgama;
  • Remoção de tecido cariado;
  • Plastia gengival com bisturí elétrico, para possibilitar adequado isolamento absoluto;
  • Localização dos canais mésio-vestibular, mésio palatino, disto-vestibular e palatino;
  • Preparo do canal palatino até o ápice e preparo dos canais vestibulares até o terço médio, utilizando como substância química auxiliar o gel de clorexidina a 2% e soro fisiológico para irrigação ativa;
  • Hibridização dentinária com sistema adesivo auto-condicionante (Clearfil SEBond);
  • Confecção de preenchimento em resina composta Z250 cor B1;
  • Aplicação de medicação intracanal (Hidróxido de Cálcio associado ao Endogel) com auxílio de espiral de Lêntulo;
  • Proteção da medição com esponja e selamento com resina composta


Consulta 2:
  • Isolamento Absoluto;
  • acesso através da resina composta;
  • Patência apical com instrumentos manuais em movimento oscilatório e odontometria eletrônica;
  • Ampliação foraminal com a técnica RS6 (Instrumento K3), utilizando como substância química auxiliar o gel de clorexidina a 2% e soro fisiológico para irrigação ativa e, para remoção da semear layer o EDTA a 17%;
  • O istmo entre os canais da raiz mésio-vestibular foi removido com auxílio de ultrassom e lima de Ni-Ti 20/.06 (HERO);
  • Obturação pela técnica da Onda Contínua de Condensação, empregando guta percha e cimento Pulp Canal Sealer;
  • Backfill com coltosol;
  • Qualificação da dentina da câmara pulpar com brocas carbide esféricas em baixa rotação;
  • Qualificação dentinária e preparo do espaço intrarradicular no canal palatino com as brocas desenvolvidas pelo Prof. Alexandre Capelli (ainda não sei o nome...);
  • Hibridização dentinária com sistema adesivo auto-condicionante (Clearfil SEBond);
  • Inserção de resina composta na câmara pulpar;
  • Cimentação do pino de fibra de vidro WhitePost (#0,5) com a resina de preenchimento Luxacore Dual;
  • Confecção do núcleo de preenchimento em resina composta.


Ao final do atendimento foi reforçado a importância da imediata instalação da coroa total. Acredito que este tratamento possua um bom prognóstico, dependendo da qualidade do tratamento restaurador e dos cuidados de higienização do paciente.

Um grande abraço a todos e até breve,

Patrick Baltieri